30 novembro 2008
Como, para mim, foi um mês de viagens (uma delas para o Festival de Banda Desenhada de Amadora, em Portugal – logo, logo, farei um post sobre minhas aquisições), li muitos quadrinhos, especialmente enquanto esperava nos aeroportos e durante os vôos. Muitos mesmo. Tive a curiosidade de contar: exatas 93 publicações. Por isso, meu “cardápio” está repleto. Tanto de coisas boas, quanto de tranqueiras.
Então, é hora de nossos leitores conhecerem os eleitos de cada integrante do Universo HQ no mês que acaba. Confira abaixo.
Vale lembrar: as opiniões são pessoais e não precisam ser sobre um lançamento do mês.
Não há mais limite para as indicações dos melhores, que não são listados necessariamente em ordem de preferência; e nem pros piores.
Sidney Gusman
Melhores: Chibata! - João Cândido e a revolta que abalou o Brasil e Calvin - Criaturas bizarras de outro planeta!, ambos da Conrad, Fell (Landscape), Macanudo # 1 (Zarabatana), John Constantine - Hellblazer - Hábitos Perigosos (Pixel), Homunculus # 2 e # 3 (Panini) e os álbuns portugueses, todos da Asa, O vôo do corvo - Tomo 2, de Gibrat; Obrigado, patrão, de Rui Lacas; Titeuf - As Miúdas ficam banzadas / N'é nada Justo, de Zep; O Escorpião # 5 – O vale sagrado, de Stephen Desberg e Enrico Marini; Blacksad # 3 – Alma vermelha, de Juanjo Guarnido e Juan Díaz Canales; e Bouncer # 3 – A justiça das serpentes, de Alexandro Jodorowsky e François Boucq
Piores: Homem-Aranha e Sonja # 2, Contagem Regressiva # 4 e Prelúdio para a Crise Final # 3, todos da Panini, e Spirou e Fantásio - Z de Zorglub, da Asa
Sérgio Codespoti
Melhor: Le Scorpion # 8 - L'ombre de l'ange (Dargaud), de Stephen Desberg e Enrico Marini, Le Diable de sept mers, de Hermann e Yves H. (Aire Libre) e Samurai # 4 - Le Rituel de Morinaga, de Di Giorgio e Genêt (Soleil)
Pior: Ultimate Fantastic Four # 57 (Marvel)
Marcelo Naranjo
Melhores: John Constantine - Hellblazer - Hábitos Perigosos (Pixel), Calvin - Criaturas bizarras de outro planeta! (Conrad), Macanudo # 1 (Zarabatana), Surfista Prateado - Réquiem # 1 (Panini) e Os lobos dentro das paredes (Rocco)
Pior: nenhum
Marcus Ramone
Melhores: Lost Girls – Livro 2 – As terras do nunca (Devir), Tex Especial 60 Anos e Tex Gigante # 22 - Seminoles, ambos da Mythos, Aline # 2 – Tensão pré-monstrual (L&PM), Maus – A história de um sobrevivente (Cia. das Letras) e Turma da Mônica Jovem # 3 (Panini)
Pior: nenhum
Eduardo Nasi
Melhores: The amazing remarkable Monsieur Leotard (First Second), Emmanuelle – Volume 1 (Pixel), Homunculus # 3 (Panini), O garoto verme (Zarabatana), Fell (Landscape) e Chibata! - João Cândido e a revolta que abalou o Brasil (Conrad)
Pior: Contagem regressiva # 4 (Panini)
Guilherme Kroll Domingues
Melhores: Sandman - Entes queridos e Adolf # 1, ambos da Conrad, Estúpidas, estúpidas caudas-de-ratazana (Via Lettera), John Constantine - Hellblazer - Hábitos Perigosos (Pixel) e Os Novos Vingadores # 52 (Panini)
Pior: nenhum
Ricardo Malta Barbeira
Melhores: Ex Machina – Estado de Emergência (Panini), 100 Balas – Pequenos Vigaristas, Grandes Negócios, Ex Machina – Símbolo - Completo (Pixel), Pixel Magazine # 19 e # 20, todos da Pixel, e Batman – Gotham City 1889, Groo # 5 e # 14, da Abril
Pior: nenhum
Zé Oliboni
Melhores: Sandman - Prelúdios e Noturnos - Volume 1 (Pixel), DC Especial # 15 - Gavião Negro e Os Novos Vingadores # 53, ambos da Panini, Mesmo Delivery (Desiderata) e Os Pequenos Guardiões # 5 (Conrad)
Pior: Marvel Apresenta # 36 - Massacre Renasce (Panini)
Delfin
Melhores: Playlove, de Miguel Angel Martin (Rey Lear), The amazing remarkable Monsieur Leotard (First Second), Bitch, de Miguelangel Martin (La Cúpula), Watching the Watchmen, de Dave Gibbons (Titan Books) e Pixel Magazine # 19 (Pixel)
Piores: Noite Mortal, de Mike Deodato, e Sin Metal Sirens, de Sandra Chung (Eros)
Diego Figueira
Melhores: Mesmo Delivery (Desiderata), Macanudo # 1 (Zarabatana) e Surpreendentes X-Men # 1 (Panini))
Pior: Nenhum
Ronaldo Barata
Melhores: Calvin - Criaturas bizarras de outro planeta! (Conrad), Pixel Magazine # 20 e Fábulas Pixel # 3, ambas da Pixel
Pior: X-Men # 83 (Panini)
No Universo HQ não costumamos cobrir eventos ligados à cultura pop japonesa, mas isso não quer dizer que não os acompanhamos.
Por exemplo, hoje eu passei boa parte do dia no AnimaABC 8, onde fui encontrar meu amigo e colaborador do Pop Balões, Adriano de Avance Moreno.
Para quem não tem idéia do que estou falando, esses eventos são grandes convenções de animê, mangá, cosplayers e outras atividades derivadas do universo pop japonês, com públicos que chegam a ultrapassar 20 mil pessoas.
O Adriano, fã de quadrinhos e animês, acompanha esses eventos há vários anos, tanto que hoje é freqüentemente requisitado como juiz para os concursos de cosplay. Sua função é avaliar a qualidade da fantasia e a fidelidade com o personagem representado. Ou seja, o cara precisa conhecer muito de quadrinhos e desenhos animados japoneses para poder saber se o cosplayer está bem feito ou não.
Só por essas fotos que coloquei no post dá para ter uma idéia do nível dessas competições. Não é à toa que os prêmios para as melhores fantasias podem ser desde um considerável cheque até motos e viagens ao Japão para participar de competições maiores.
Os cosplayers são um pouco mais sérios. Eles estão lá “a trabalho”. Mas uma coisa muito legal é que costumam ser bem solícitos para fotografias. Sempre que alguém pede um retrato, eles logo fazem uma pose característica do personagem e esperam pacientemente.
O interessante é que essa quantidade de gente acaba agregando grupos menores que certamente não teriam espaço em outros lugares. Por exemplo, tem uma sala sobre Transformers, outra sobre Star Wars, uma sobre Harry Potter e por aí afora, permitindo o encontro de nichos que muitas vezes só se conhecem do Orkut ou de fóruns virtuais.
Para encerrar, um pensamento que me ocorreu durante todo o tempo em lá estive é o quanto a cultura pop, uma coisa que deveria ser efêmera, passageira, tem seus meios de ser persistente. Explico: alguns cosplayers que vi eram de personagens da minha infância, ou seja, uma ou duas décadas de defasagem dessa geração.
Pior que isso: eram personagens que, quando eu era criança já eram tidos como “clássicos” (leia-se velhinhos). E não eram só os Chaves e Pica-Paus da vida que até hoje são reprisados nos canais abertos, são coisas que saíram de circulação há um bom tempo.
Enfim, esses eventos são bem lotados, mas se você tiver uma câmera e um pouco de disposição podem ser divertidos.
P.S.: Tem mais algumas fotos no blog do Pop Balões e vai rolar uma matéria completa sobre o evento em breve.
28 novembro 2008
Em Tina e os Caçadores de Enigmas - Aventura no Triângulo das Bermudas # 2, nós somos terríveis e hilários piratas (quer dizer, corsários) liderados por uma antepassada da Tina: o baixinho Ramone e o rotundo Senhor Naranjo (com direito a uma provocadora tatuagem do Corinthians - em tempo: o Nara é são-paulino, he, he, he), nominalmente citados no decorrer da história.
25 novembro 2008
Mais uma coluna atualizada no Universo HQ. Nesta semana, sou novamente eu o encarregado de "dar o recado" aos nossos leitores.
O tema que escolhi para o novo Beco das HQs foi a publicidade nos gibis brasileiros. Ou melhor, a falta de!
Esta é a terceira vez em dez anos que abordo esse tema; e o quadro só piora. Os números são de assustar.
Então, confira o texto clicando aqui e comente à vontade sobre o assunto.
20 novembro 2008
Estética Vintage
Passeando por São Paulo encontrei uma loja que de longe me chamou a atenção: Vintage World. Em um amplo espaço, com piso todo de madeira você faz uma viagem pelo tempo e espaço e leva sua imaginação para algum lugar do passado dos Estados Unidos.
A loja vende diversos produtos importados, como réplicas de metal, placas entalhadas, malas, baús e outros itens, todos com uma estética retrô e vintage. Aqueles elementos que remetem ao interior dos EUA, as viagens de moto pelas highways de um oceano ao outro, viagens de trem, navio. Enfim, esses elementos clássicos aparentemente incomuns atualmente.
Digo aparentemente porque, apesar desses artigos terem saído da vida prática e terem virado itens de decoração, continuam muito presentes na estética e na arte.
Por exemplo, é impossível não pensar em Mesmo Delivery, de Rafael Grampá, ao entrar na Vintage World. É impressionante como para todo o lado que eu olhava via um tipo de fonte, uma paleta de cores, um estilo de desenho, uma composição visual, enfim, tudo lá me lembrava o álbum de estréia de Grampá.
Tanto Grampá tem essa referência vintage que, no meio do álbum, desenha alguns cartazes no estilo da época.
Voltando à loja, todas as peças são muito bacanas, mas, para os fãs de quadrinhos encontrei algumas especialmente interessantes: placas de metal com imagens clássicas de super-heróis. Alguns que vi, como o Capitão América, o Homem-Aranha, Superman, Batman, são de roer os dedos de vontade.
Enfim, vale à pena conhecer a loja física deles, na Alameda Jauperi, 196 - Moema - São Paulo/SP, ou dar uma conferida no site.
19 novembro 2008
16 novembro 2008
15 novembro 2008
Fiquei sabendo há pouco pelo Franco de Rosa: às dez e meia da manhã de hoje, Claudio Seto se foi. Estava hospitalizado em virtude de um derrame. Mas a notícia me pegou de jeito.
Ele era, para mim, um dos maiores mestres do quadrinho nacional, que, neste ano, foi justamente reconhecido na premiação do HQ Mix, que homenageou diversos descendentes de japoneses. Conheci o Seto em 1991, na Gibiteca de Curitiba, quando participei da oficina de quadrinhos no Enecom daquele ano. Já o admirava havia alguns anos, desde que tive a chance de entrar em contato com alguns de seus materiais da Grafipar, como o espirituoso Maria Erótica.
Com a morte de Claudio Seto hoje, fico órfão dos três grandes mestres que conheci em meu início de carreira: o próprio Seto, Gedeone Malagola e Waldir Igayara de Souza (o primeiro homem a botar fé no trabalho que eu, Giassetti, Jean, Dennis e Miranda fazíamos).
Ficam as lembranças boas e suas histórias, muitas delas marcantes para a época, e que mereciam uma reedição bem cuidada por uma boa editora.
14 novembro 2008
Tem uma amiga minha da Abril, a Josi, que brinca dizendo que eu devo ter uns chineses pra me ajudar a dar conta de tanta coisa que faço.
Além do trampo na Mauricio de Sousa Produções, de editar a Revista Pepsi Twist, de escrever matérias para vários veículos, de ministrar cursos de redação em empresas e, claro, de coordenar o Universo HQ, ainda faço alguns frilas "quase fixos" de tempos em tempos.
Por isso, enquanto me preparo para palestrar na Bienal do Livro de Fortaleza daqui a pouco, divulgo aqui meu mais recente "filhote": o especial Como as coisas funcionam, que editei para o núcleo da revista Mundo Estranho, da Editora Abril.
São 50 infográficos (11 deles inéditos e o restante readequado do formato da Mundo Estranho para o americano) que mostram o funcionamento de coisas. Tudo dividido em seis capítulos: Casa, Máquinas de Guerra, Meios de Transporte, Aparelhos Eletrônicos, Máquinas do dia-a-dia e Miscelânea.
Então, se você é um daqueles leitores curiosos que não curtem apenas quadrinhos, fica a dica.
De vez em quando, algumas pessoas do Universo HQ acabam se encontrando inusitadamente fora dos encontros normais e totais do pessoal (nas pizzadas, HQ Mix, Fest Comix da vida). É apenas um salutar sinal de que temos vida social, ao contrário do que alguns possam pensar de gnte que respira quadrinhos como sua vida.
Ontem foi um desses dias, lá no Tapas, um verdadeiro oásis em plena rua Augusta, onde sou anfitrião, junto com (e por causa de) Ricardo Giassetti e Danilo Corci, da festa semanal Mojo Club - uma reunião de amigos e pessoas legais que acontece todas as quintas com os auspícios da primeira editora 100% digital do Brasil.
Pois ontem estavam por lá o Zé Oliboni, o Diego Figueira e o Malta. Mas também um convidado muito especial, a quem fui apresentado depois de muito tempo: Jozz, autor do comentado O Circo de Lucca. E o Jozz, a pedidos, manda um pouco de sua visão sobre a Mojo Club, que também diz muito sobre o que nós fazemos e conversamos além dos quadrinhos.
Enjoy! (Mas ao vivo estava mais etílico e agradável, hehehehe.)
12 novembro 2008
Estréia no Universo HQ: é a coluna de Marcus Ramone, Recordatório.
O primeiro tema é a crise, não só a mundial, mas também em relação aos quadrinhos da Marvel e DC.
Portanto, fique à vontade para concordar – ou discordar – de nosso colunista estreante.
05 novembro 2008
O assunto da coluna desta semana no Universo HQ, assinada pelo jornalista Eduardo Nasi, é dos mais interessantes.
Quem é o leitor de quadrinhos?
Isso mesmo – eu, você, nós. O leitor nunca foi verdadeiramente quantificado, analisado, pesquisado, apesar de algumas tímidas tentativas em épocas anteriores. Será que existimos de fato?
E como uma empresa – no caso, uma editora – quer vender seus produtos sem ter a mínima noção, ou ao menos uma noção razoável, de quem é seu cliente?
Para pensar.
Afinal, quem é você, prezado leitor? Comente e vamos tentar descobrir!
02 novembro 2008
Adoro Fórmula 1, tá no meu sangue. E hoje, aqui do meu posto avançado no bairro das Laranjeiras, estou aqui torcendo pelo Felipe Massa e, com certeza, pelo Rubinho. Gostaria muito que ele fosse para a Toro Rosso no ano que vem, onde ele poderia não só mostrar serviço como, um dia (não hoje), encerrar sua carreira com dignidade.
Torçamos, pois, pro Alonso detonar o Hamilton, pois é a coisa lógica a se pensar que pode acontecer numa Sampa cinzenta e pronta pra desaguar toda a água da Guarapiranga no meio do circuito mais certeiro do Brasil.
Recomendo, depois, que vocês procurem pela maior série de automobilismo da história dos quadrinhos: Michel Vaillant. Negligenciada por aqui, é um megasucesso na Europa, tendo rendido um bom e fiel filme que chegou às locadoras brasileira sob o péssimo título (como sempre) Fúria sobre Rodas. Jean Graton, criador da série, teria se remexido no seu cockpit se soubesse.