11 junho 2007

O labirinto de Guillermo Del Toro

Aproveitando o feriadão, e como nem só de quadrinhos se vive, coloquei o DVD Player pra funcionar. E a escolha não poderia ter sido melhor: O Labirinto do Fauno, de Guillermo Del Toro (Hellboy).

Com roteiro do próprio Del Toro, a história se passa na Espanha, e mostra a trajetória de uma garota de 10 anos, Ofélia, durante o período de terror imposto pelo ditador Franco. Sua mãe, grávida, aguarda a chegada de um menino, enquanto o cruel padrasto, um militar, combate rebeldes ao regime.

A garota encontra um antigo labirinto, com um fauno. O ser faz uma proposta: que ela aceite passar por três desafios, para provar que é uma antiga princesa reencarnada, pela qual seu reino e seus verdadeiros pais aguardam.

Ela embarca, em meio aos acontecimentos que a cercam, numa viagem de contos de fadas. Fantasia ou realidade?

O clima seco, triste, pesado, lembra os (bons) quadrinhos da Vertigo. É tudo muito bem desenvolvido: os personagens coadjuvantes, a trama amarrada. E ganha pontos pelo belíssimo figurino e efeitos visuais.

Daqueles poucos filmes que conseguem dar um nó na garganta.

4 comentários:

Amalio Damas disse...

Belíssimo!! Apesar de você ficar deprê e aumentar sua indignição com sujeitos que promovem a guerra como GWB, depois de assistir a película. Sempre achei o Oscar uma verdadeira marmelada (Titanic? Shakeaspere Apaixonado?) mas agora tive certeza. Como é que um filme como Labirinto do Fauno, não ganhou um Oscar pelo filme em si, ficando só com prêmios de consolação? Bem, a explicação óbvia é que ele não é um filme americano e só concorreu na categoria de filme estrangeiro, ou seja, a velha mania dos americanos de ignorar o resto do mundo e a velha mania do resto do mundo de aceitar. Não só aluguem! Comprem e assistam pelo menos uma vez por ano!

Marcelo Naranjo disse...

Pois é, Amálio, esse filme é realmente demais. Mas, não devemos esquecer que o Oscar é uma espécie de "festa privada", dos norte-americanos para eles mesmos.

Ricardo Malta disse...

Filme espetacular. Consegue se manter entre a fantasia e a política com um altíssimo nível. Ao mesmo tempo que mostra a desorganização dos rebeldes e seus ideais, revela os dogmas e sadismos dos homens de Franco.

Amalio Damas disse...

Concordo Marcelo, inclusive acho que as palavras festa e privada, são ideais para ilustrar a entrega do Oscar, principalmente quando lembramos de Shakespeare Apaixonado.